segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Crianças e adolescentes têm uma escola para a vida


Pormenor do centro que é um dos modelos em termos de acolhimento e educação de crianças e jovens órfãos e abandonados

J.A. - Domingos Mucuta| Lubango - 23 de Setembro, 2010
Fotografia: Arimateia Baptista| Lubango

Há 13 anos nascia no Lubango uma "aldeia SOS", com apoio do Fundo Herman Gmerner, da Alemanha, em parceria com o Ministério da Assistência e Reinserção Social.
A aldeia tem um lar de acolhimento de crianças e jovens órfãos e abandonados que é considerado um "paraíso na terra". A paz reinante na instituição estimula a uma reflexão profunda sobre a preservação do amor, respeito, perdão, compaixão e solidariedade, valores necessários à boa convivência em sociedade.
Esses valores servem de inspiração aos funcionários da Aldeia SOS, no seu trabalho de assistência, e também ajudam a cimentar a consciência de irmandade entre as centenas de crianças e adolescentes inseridas na aldeia.
A instituição, situada a cinco quilómetros do centro da cidade do Lubango, passa despercebida aos olhos dos menos atentos. Na Aldeia SOS, crianças, adolescentes e jovens, órfãos ou abandonados, encontram um ombro amigo, uma família e uma escola para a vida.
"Aqui não nos falta nada", garantiu a jovem Alice Musseth, 19 anos, integrada na aldeia desde tenra idade. O trabalho de assistência desenvolvido pela Aldeia SOS orgulha os responsáveis e beneficiários, porque os "frutos das árvores" que começaram a ser plantadas no dia 31 Março de 1998, já estão a ser colhidos.

Formação integral

Muitos dos jovens que cresceram no orfanato hoje frequentam o ensino médio ou superior no país e no estrangeiro, graças a bolsas de estudos que lhes foram atribuídas. No jardim infantil a escola começa aos três anos. Depois de atingirem a idade escolar, as crianças são transferidas para a escola Hermaner Gmeneer, onde estudam da iniciação até à nona classe.
A jovem Alice Musseth perdeu os pais muito cedo, altura em que foi inserida no centro de acolhimento. A estudante da 12ª classe no Instituto Médio de Economia do Lubango considera a Aldeia SOS como um lar familiar que contribuiu para a materialização das suas aspirações.
"Quero terminar o ensino médio para ingressar na Faculdade de Economia e tirar o curso de contabilidade e gestão", disse, sublinhando que "aqui tenho todo o apoio para ser uma contabilista competente".
A direcção da Aldeia SOS definiu critérios que favorecem os mais empenhados. Os estudantes com notas superiores ou iguais a 14 valores são seleccionados para frequentarem as aulas nos colégios privados do Lubango e fora do país, com bolsas custeadas pela instituição.
O director da Aldeia SOS no Lubango, Faustino Siquila, sublinhou que desde a sua fundação, a instituição já assistiu jovens que hoje estão em universidades no país e no estrangeiro. "Temos estudantes na Namíbia e Suazilândia e queremos estabelecer protocolos que nos permitam o envio de mais bolseiros para a África do Sul", precisou.
As crianças e jovens órfãos e abandonados beneficiam de formação integral. O pastor Faustino Siquila disse que recebem o apoio necessário para vida: "as crianças com insucesso escolar mas com habilitações para singrar na sociedade, podem envergar para os cursos técnicos profissionais".
Os habitantes da Aldeia SOS recebem gratuitamente todo o material didáctico e "se forem talentosos podem ingressar nao ensino superior, porque temos capacidade para apoiar a formação de todos", assegurou.
Faustino Siquila acrescentou que a Aldeia SOS ministra também cursos de formação profissional, nas especialidades de corte e costura, culinária e serralharia: "quando a preferência das crianças recai para outro curso, a direcção paga para que o façam num centro de formação fora da aldeia".

Fortalecimento familiar

Adelaide Dembo é uma das mães tutelares de crianças e jovens numa das 13 casas familiares da Aldeia SOS. Assistente de infância desde o arranque do projecto, Adelaide Dembo desempenha um papel importante na vida de muitas crianças e jovens, alguns deles já estudantes universitários no país e no estrangeiro.
Ela tem orgulho do trabalho que faz em prol da inserção social dos jovens, pois tem afecto por todos os 15 "filhos" sob sua tutela: "estou muito feliz por ser educadora de infância. Tenho os meus filhos biológicos, mas a minha felicidade está em ajudar estas crianças e jovens que perderam os seus parentes", explicou.
A instituição tem 13 casas familiares, resultado do Programa de Fortalecimento Familiar, que apoia também 111 famílias em extrema pobreza nos bairros periféricos da cidade do Lubango.
O programa tem como objectivo dar um lar àqueles que dele precisam. O pastor Faustino Siquila esclareceu que cada casa representa um lar para 175 crianças e jovens abandonados e órfãos que beneficiam dos projectos da Aldeia SOS.
"Temos dois pilares, consubstanciados no apoio aos desfavorecidos internos e externos. O Programa de Fortalecimento Familiar garante assistência a muitas crianças que se encontram nas comunidades sob cuidados de um avô ou irmão, visando minimizar as carências", referiu.
Além de receberem apoio, os habitantes da aldeia aprendem também a "pescar", já que estão envolvidos em actividades produtivas. O director da instituição esclareceu que o anzol utilizado para a auto-suficiência alimentar é a agricultura.
As famílias receberam parcelas de terras para desenvolver a actividade agrícola em pequena escala na fazenda do projecto, que permite a horticultura, com vista a melhorar a dieta alimentar.
"Temos a produção de couves, cenouras, cebolas, tomates e frutas. Este produtos são resultados de uma estratégia que visa contribuir para a auto-suficiência alimentar e para ensinarmos a pescar".

Água para todos

A água potável em breve começa a jorrar, no âmbito do programa "Água para Todos". Os trabalhos de montagem do sistema, iniciados este mês, estão a cargo dos técnicos da Direcção Provincial da Energia e Águas. As crianças e jovens órfãos e abandonados da Aldeia SOS estão ansiosos com a conclusão da empreitada. O sistema de captação subterrânea já está concluído.
Faustino Siquila contou que há 13 anos as crianças e outros membros da Aldeia SOS consomem água do riacho, que actualmente estão poluídas.
"Ao longo destes anos aproveitávamos a água do riacho da montanha. Na época chuvosa o caudal é maior, mas no cacimbo diminui e enfrentamos muitas dificuldades. Além disso, já não tem a qualidade de antes", referiu.
O director da Aldeia SOS manifestou satisfação pela instalação do sistema de captação que vai "acabar com a utilização e o consumo de água retirada do riacho junto ao monte".
Faustino Siquila disse à nossa reportagem que deve "um vivo e caloroso agradecimento ao Governo Provincial da Huíla, sobretudo à Direcção das Águas, por disponibilizar as máquinas para abertura do furo para a nossa comunidade". E espera que outras instituições "abram as mãos" e apoiem as acções de beneficência do internato, tendo em vista a reintegração social dos jovens e crianças em situação de risco.
"Da mesma maneira que temos hoje as máquinas a trabalhar para a água jorrar nas casas da nossa aldeia, aguardamos que outras entidades respondam às nossas solicitações, apoiando as crianças e jovens desfavorecidos", exortou.
A Aldeia SOS já foi uma unidade orçamental do Estado. Faustino Siquila explicou que há mais de cinco anos que a instituição deixou de receber verbas do OGE, o que limita a sua intervenção. Mas está esperançado que a Aldeia volte a receber verbas do Orçamento Geral do Estado, porque acredita na vontade das autoridades em apoiar as acções de beneficência.
"Há muitos anos que não recebemos apoio institucional. Temos dirigido pedidos às autoridades para a Aldeia SOS voltar a ser uma unidade orçamental. Mantemos a esperança de termos verbas públicas para impulsionar os projectos em carteira", disse.
O director Faustino Siquila defende a elevação da Aldeia SOS à categoria de instituição de utilidade pública. Afirmou que a instituição conquistou o seu espaço no trabalho de reintegração social dos desfavorecidos na Região Sul: "estamos a crescer com um trabalho altamente credível. Somos parceiros do Executivo, por isso gostaríamos de ter a mão das autoridades para continuarmos com as actividades em prol dos mais carenciados", apelou.
A Aldeia SOS é uma instituição de âmbito nacional. Está presente nas províncias de Benguela e Lubango, com previsão de extensão para as províncias do Huambo e Cunene.
Sobre o abandono de crianças, o pastor disse que quando "uma sociedade é apontada como doente significa que os problemas estão nas famílias".
Faustino Siquila defende uma maior responsabilidade dos pais e encarregados educação e empenho de todos dos actores sociais, para acabar com o abandono de menores na sociedade angolana.

Falta de àgua

Lubango está há dez dias sem fornecimento de água
J.A. - André Amaro | Lubango - 21 de Setembro, 2010

População recorre aos camiões cisterna para poder ter água para o consumo

Os habitantes da cidade do Lubango estão há mais de dez dias sem água potável devido a uma rotura, de grandes proporções, na conduta principal.
A situação causa enormes constrangimentos às populações, obrigadas a recorrer a camiões cisternas da direcção provincial das Águas e de empresários.
O director provincial das Águas disse que a avaria registada é difícil de reparar porque a conduta principal está em estado avançado de degradação “causado pela caducidade do material”.
“A conduta foi construída há mais de 60 anos com material de fibrocimento, que se apresenta saturado para responder à pressão de água proveniente da captação da Tundavala”, afirmou Abel Costa.
Além disso, frisou, o sistema de abastecimento foi construído para atender 30 mil consumidores e a cidade do Lubango tem 1,2 milhões de habitantes.
A solução definitiva do problema, referiu, passa por um trabalho de fundo, consubstanciado na substituição, ampliação e modernização do antigo sistema, cujo financiamento transcende a competência do governo provincial. “Há dez anos, elaboramos um Plano Director do sector das Águas orçado em 245 milhões de dólares, que remetemos ao Ministério de tutela para apreciação, mas não tivemos resposta”, assegurou.
Enquanto aguardávamos pelo financiamento, disse, executámos, com o apoio de Organizações Não-Governamentais, furos, com instalações de bombas manuais nos bairros periféricos da cidade.

População Preocupada

Madalena José, moradora do bairro Comercial afirmou, ao Jornal de Angola, que, desde o dia 10, deixou de ter água nas torneiras e que se abastece em camiões cisternas.
“O camião cisterna passa de dois em dois dias para fornecer água aos moradores da minha rua, mas a quantidade que traz é insuficiente para toda a gente”, lamentou.
Por isso, está a construir um tanque reservatório no quintal para se precaver de futuras situações do género. Roubem António, morador no bairro Hélder Neto, desloca-se diariamente à Senhora do Monte para se abastecer de água.
Devido à crise, declarou, para os banhos, lavagem de roupa e limpezas usa água da cachimba e a que vai buscar à Senhora do Monte na confecção dos alimentos e para beber.

Auto-construção

Distribuídos lotes de terreno destinados à auto-construção
J.A. - André Amaro| Lubango - 16 de Setembro, 2010

O director provincial do Ordenamento do Território, Urbanismo e Habitação da Huíla, Nuno Barnabé, anunciou, ontem, que 15 mil lotes de terreno, cada com mil metros quadrados, das reservas fundiárias do Estado, foram distribuídos à população.
Nuno Bernabé informou, durante um encontro de esclarecimento com membros do MPLA, que a concessão destes terrenos vai permitir a execução dos projectos de auto-construção dirigida de moradias nas novas urbanizações.
Referiu que o processo de entrega, iniciado no ano passado, já permitiu conceder 11.700 lotes no município do Lubango, capital da Huíla, 1.351 na Matala, 1.830 na Jamba, 434 no Quipungo e 150 em Chicomba.
Nuno Barnabé disse que a concessão dos lotes prioriza as populações que construíram junto da linha do caminho-de-ferro, nas proximidades do rio Mukufe, na cidade do Lubango, na encosta da montanha e noutros locais de risco.
Sublinhou que a nível da província da Huíla existem 25 mil hectares de terrenos, destinados à reserva fundiária do Estado, na qual estão a ser projectadas novas urbanizações.

No Lubango, frisou, existem as urbanizações do Mutundo, Eywa e Quilemba, onde estão a ser erguidas novas infraestruturais e realojadas as populações que viviam em situação de risco.
De acordo com Nuno Barnabé, nas novas urbanizações estão em construção infraestruturas habitacionais, rodoviárias, mercados, escolas, unidades sanitárias, postos policiais e estações de caminho-de-ferro. No ordenamento da Eywa, a Sonangol está a construir uma base de armazenamento de combustível.

CHICOMBA

Seminário de qualificação encerra em Chicomba
J.A. - 16 de Setembro, 2010

Cento e dois novos docentes, admitidos recentemente pelo Ministério da Educação, Ciência e Tecnologia, através de concurso público, terminaram terça-feira o seminário de capacitação em matéria de metodologia e pedagogia, no município de Chicomba, a 220 quilómetros a Norte do Lubango, província da Huíla.
Durante um mês, os participantes abordaram matérias ligadas ao processo docente educativo nas escolas, sistema de reforma educativa, gestão escolar, intercâmbio cultural entre o professor e aluno, processo de reforma educativa e técnico-profissional.
Questões de melhoramento no sistema de ensino para a qualidade do sector, que se pretende no país até 2015, vantagens da educação em prol do ensino e aprendizagem foram os outros temas ministrados.
Falando no acto de encerramento, o administrador municipal adjunto, Carlos António Guerra, manifestou-se regozijado pela forma como foi conduzida a formação de novos agentes, augurando que os mesmos estejam em condições de servir melhor o ensino em todos os níveis.
O objectivo desta formação metodológica e pedagógica, salientou, é melhorar não só os indicadores de rendimento do ensino académico, assim como também as metas de desenvolvimento do milénio resumido no ensino de qualidade e acessível para todos. A repartição municipal de Educação em Chicomba controla actualmente mais de 700 professores da iniciação à nona classe.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

EMPREENDEDORISMO


Jovens querem estímulos para criar negócios
J.A. - Gabriel Bunga e Domingos Mucuta| Lubango - Hoje
Fotografia: André Amaro

Os participantes no quarto Fórum de Jovens Empreendedores, realizado na sexta-feira, no Lubango, recomendaram às instituições do Estado e aos bancos a criação de incentivos para pequenos negócios.
O fórum, da responsabilidade do Comité Nacional da JMPLA, que decorreu sob o lema “Juventude empreendedora, desenvolvimento garantido”, teve o objectivo de influenciar a criação de uma plataforma de promoção e realização de eventos para empreendedores.
O comunicado divulgado no fim dos trabalhos, refere que os participantes defendem a transmissão de conhecimentos sobre como criar o primeiro negócio, facilidades na concessão de créditos e redução da burocracia na tramitação de documentos nas instituições públicas.
Os jovens, sublinha o documento, prometem “continuar a apoiar o Executivo angolano para que, com maior intensidade, exerça o seu papel do agente regulador e promotor de um ambiente favorável à geração de emprego”. Foram apresentados casos de sucesso de empresas criadas por jovens na Huíla.

Analfabetismo


Combate cerrado ao analfabetismo na Huíla
J.A. - André Amaro| - 11 de Setembro, 2010

Fotografia: Kindala Manuel

O número de pessoas analfabetas na província da Huíla está a reduzir significativamente, devido a execução do Programa de Alfabetização e Aceleração Escolar (PAA), levado a cabo pela direcção provincial da Educação e parceiros.
No presente ano lectivo, 46 mil e 194 populares, com maior realce para senhoras, frequentam o curso de alfabetização em todos os municípios, cujos professores foram capacitados para o efeito.
O facto foi revelado pelo inspector chefe da Direcção Provincial da Educação da Huíla, Luís Kambinda, à margem das comemorações do 8 de Setembro, consagrado como o Dia Internacional da Alfabetização.
Durante a cerimónia, que decorreu sob o lema “Angola alfabetizados, Angola em marcha”, Luiz Kambinda disse que o executivo local está preocupado em reduzir o índice de analfabetos, “por isso está a desenvolver um conjunto de acções com vista a contemplar o maior número de pessoas que não sabem ler nem escrever”.
“A nível da província da Huíla, o Programa de Alfabetização e Aceleração Escolar decorre a bom ritmo, na medida em que a cada ano o número de pessoas matriculadas aumenta significativamente”, referiu.
De acordo com Luís Kambinda, no presente ano estão matriculados no primeiro modelo (1ª e 2ª Classe) 27 mil 760 alfabetizando e 18 mil e 434 no segundo (3ª e 4ª Classe), cujo aproveitamento é positivo. O processo de alfabetização, sublinhou, está a ser levado a cabo a nível das escolas, mercados informais, instituições religiosas, quartéis e conta com o envolvimento de 450 alfabetizadores da província.
Ao ler a mensagem dos alfabetizados, Albertino Ângela referiu que “saber ler e escrever é importante para um cidadão deixar de ser dependente dos outros e passar a entender o mundo de forma mais ampla”.
Sublinhou que além da aprendizagem da escrita e da leitura, o processo de alfabetização ensina os alunos a protegerem o meio ambiente, a cultivar bons hábitos de higiene e a observar as medidas preventivas de doenças.

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

MATALA

Água corrente voltou a jorrar
J.A. -André Amaro | Lubango - Hoje


As torneiras das casas da sede municipal da Matala, situado a 180 quilómetros da cidade do Lubango, voltaram a jorrar água potável, após 30 anos, fruto da instalação de um novo sistema de captação e distribuição.
O sistema está equipado com cinco tanques com capacidade para bombear, a uma distância de seis quilómetros, 110 metros cúbicos de água por hora, com o auxílio de bombas ligadas a um sistema de energia solar.
O administrador municipal da Matala, Manuel Vicente, que prestou a informação ao Jornal de Angola, esclareceu que o novo sistema está a beneficiar três mil populares da zona alta da sede municipal e que a construção deste sistema consta do Programa de Investimentos Públicos (PIP) do governo provincial da Huíla, com vista a melhorar as condições básicas das populações.
O novo sistema de captação e abastecimento de água canalizada vem resolver um problema que os munícipes da Matala têm enfrentado há décadas e melhorar as condições sanitárias das famílias, adiantou.
Para o administrador, o regresso da água corrente nas torneiras vem contribuir para a redução de doenças como a cólera, diarreias agudas, alergias e outras causadas pelo consumo de água imprópria. Referiu ainda que o novo sistema vai permitir encurtar as distanciais que os populares percorriam para carregar o produto destinado ao consumo doméstico e para a agricultura de subsistência.
Com a entrada em funcionamento do novo sistema, disse Manuel Vicente, a maior preocupação prende-se agora com a rede da canalização, que está em estado degrado devido à sua antiguidade e ao facto do material usado ser de metal.

População satisfeita

Os populares residentes na sede do município da Matala manifestaram-se a sua satisfação com o trabalho efectuado pelas autoridades governamentais e que repôs a água corrente nas suas torneiras, ao cabo de três décadas.
Maria Madalena, doméstica e residente no bairro Colonato, na sede municipal da Matala, recorda que deixou de ver água a sair da torneira quando o seu primeiro filho nasceu, há 27 anos e hoje está satisfeita com a nova realidade. Para ela, a vida renasceu com o regresso da água canalizada, porque o sofrimento de percorrer diariamente sete quilómetros para ir lavar a roupa e carregar água no canal, com todos os riscos inerentes, chegou ao fim.
Para o funcionário público Agostinho Figueira, um dos primeiros beneficiários a ver o precioso líquido a sair da torneira da sua casa, no primeiro ensaio, a qualidade vai melhorar. Consciente de que a água é sinónimo de vida, referiu que com ela as pessoas conseguem manter a higiene pessoal e a das suas casas, e prevenir a doença, produzir produtos agrícola e muito mais.

CHIBIA

Autoridades da Chibia perspectivam ampliação
J.A. - 09 de Setembro, 2010

As autoridades do município da Chibia, 45 quilómetros a Sul do Lubango, na Huíla, estão a desenvolver estratégias conducentes à reabilitação e ampliação do centro hospitalar local, na perspectiva de melhorar o atendimento sanitário das populações locais.
...
O projecto já estava em estudo e pretendia-se pô-lo em prática no ano de 2009, no âmbito do Programa de Intervenção Municipal (PIM), mas não foi possível, devido à crise económica e financeira que assolou o mundo, e o país em particular.
Otília Noloti Vianney avançou que mal as verbas referentes ao PIM deste ano sejam cabimentadas, a administração vai desencadear acções tendentes à concretização do projecto que, no seu entender, deve ser realizado o mais rapidamente possível.
Com capacidade para 25 camas, o hospital da Chibia conta com 80 funcionários, entre os quais um médico, 11 técnicos médios, 28 básicos, quatro farmacêuticos, três técnicos de laboratório e 32 administrativos.
Detentor de uma rede sanitária composta por 13 postos de saúde e um centro hospitalar, o município possui uma população estimada em 131.540 habitantes espalhados pelas quatro comunas que o compõem: Capunda Cavilongo, Jau, Quihita e sede.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Huíla - interior

Mais peixe nas redes
J.A. -João Katombela | Kuvango - Hoje

A captura de peixe no rio Kutato, nas aldeias de Tyitunda e Malavi, município do Kuvango, Huíla, aumentou no mês de Agosto, devido à substituição das tradicionais embarcações pelas modernas, entregues aos pescadores pelo governo provincial.
A produção, segundo Mateus José Kambinda, coordenador da Associação de Pescadores das referidas localidades, aumentou para cinco mil quilos de peixe, entre quimaia, tainha e bagre, contra os anteriores mil, graaçs às dez novas embarcações de que o município beneficiou no quadro do fomento da pesca continental.
A pesca no município do Kuvango, reconheceu o coordenador, deu passos importantes, porque “meses atrás era praticada com instrumentos tradicionais, como redes e anzóis de arame confeccionadas manualmente e canoa de troco, hoje a realidade é outra. Ou seja, a pesca é feita de forma moderna”.
Por sua vez, o responsável da Estação de Desenvolvimento Agrário (EDA) no município do Kuvango, Timóteo de Jesus Teófilo, reiterou o apoio às associações de pescadores do município do Juvango. “A Estação de Desenvolvimento Agrário, no Kuvango, vai continuar a apoiar os pescadores, sobretudo os associados, com material para aumentar a captura do pescado”, concluiu.

Huíla - interior

Via degradada trava progresso
J.A. -Estanislau Costa | Lubango - 04 de Setembro, 2010

Camponeses reclamam estradas em melhores condições para poderem escoar a produção agrícola excedentária

A estrada que liga Cacula a Quilengues é uma picada espinhosa de se percorrer durante o tempo seco, devido às profundas lombas, às raízes de árvores e à poeira que se levanta provocada pela passagem dos carros. Mas o maior problema é durante a estação das chuvas, quando ela se transforma num imenso lamaçal, tornando-se intransitável.
O comboio de viaturas é ofuscado pela poeira, que também cobre as árvores do matagal ao longo da estrada Cacula-Quilengues, com uma extensão de 54 quilómetros. Este cenário afrouxa ao máximo a marcha dos veículos pesados e ligeiros, facto que torna a viagem morosa e cansativa.
O cansaço é ainda causado pelos buracos e raízes de enormes árvores que atravessam as picadas abertas para o trânsito normal. As viaturas “dançam” com a melodia do roncar do motor e a da canção “Mboia”, de Walter Ananaz e confrades.
Há dois anos, uma empresa deu início à execução das obras de reconstrução da estrada Cacula-Quilengues. Os trabalhos não prosseguiram por razões desconhecidas. As chuvas desarticularam todo o trabalho preliminar realizado e provocaram a interrupção da circulação, no ano passado.
Quando chove, o lamaçal invade a área terraplanada, o que faz com que os veículos de grande porte sejam vencidos pela inércia. Os camionistas passam dias a fio a aguardar que a lama seja vencida pela potência do sol abrasador. O barro endurece e a marcha retoma. Os camionistas só respiram aliviados quando atingem o troço Cacula-Lubango, em muito melhores condições de circulação.
A chegada da época chuvosa já está a preocupar os automobilistas e munícipes de Quilengues. “Estamos a recear que a circulação de viaturas volte a estar interrompida, caso as enxurradas façam estragos semelhantes aos do ano passado”, disse o camionista Marcos Ngolo, 48 anos.
O camionista conhece bem aquela estrada. Contou que lá é quase impossível circular quando há muita chuva. “Os camiões não conseguem transpor a elevação acentuada de algumas áreas, por serem escorregadias. Aguardamos até a humidade desaparecer para circularmos”, disse.
Ao volante de um camião de marca Scania, Marcos Pedro transporta 40 toneladas de milho para Benguela. O jovem pede às autoridades para zelarem pela recuperação rápida do troço Cacula-Quilengues, o único até agora por reparar na via que liga as duas províncias do sul do país.
Embora Quilengues seja a referência para os viajantes do Lubango e Benguela, as condições actuais do troço embaraçam o movimento de turistas nacionais e estrangeiros. A jovem Joana Gonçalves explicou que são poucas as pessoas que vêem desfrutar das belezas do município. “Já viajamos em boas estradas da sede da província da Huíla para quase todos os municípios. Só falta reconstruir as estradas que atingem Quilengues, Chicomba e Chipindo, para viajarmos com conforto, segurança e sem muita demora”, disse a jovem, que se dedica ao comércio de roupas.
Joana Gonçalves está optimista e acredita que a reconstrução da estrada vai proporcionar mais vida a Quilengues e despertar melhores oportunidades de negócio e de exploração dos recursos minerais que abundam na zona.
Na província da Huíla estão já reconstruídas as vias Lubango-Namibe, Lubango-
Quipungo-Matala-Jamba, Lubango-Chibia-Chibemba, Quilómetro 42-Cacula­Caluquembe-Caconda, e outros troços.

Obras mudam Quilengues

A vila do município de Quilengues apresenta uma imagem agradável e acolhedora, fruto da execução das obras de reconstrução dos passeios das principais avenidas, levadas a cabo com recurso ao Programa de Intervenção Municipal (PIM).
O administrador do município, Salomão Agostinho, explicou ao Jornal de Angola que já foram concluídas várias obras de impacto social e económico, que deram outra dinâmica à vida de Quilengues e melhoraram as condições de vida da população.
Algumas crianças fora do sistema de ensino e aprendizagem vão, no próximo ano lectivo, frequentar aulas na nova escola de 12 salas. A escola, erguida de raiz, dá um certo alívio às autoridades e aos pais, pois contribui para a redução do número de petizes fora do sistema de ensino.
Salomão Agostinho afirmou que o município possui mais de 27 mil crianças sem aprendizagem. Para inverter o actual quadro, “estamos empenhados em aumentar o número de salas e, nalguns casos, a utilizar material local e a envolver os pais no processo”.
Quilengues possui 116 escolas do ensino primário e secundário do II ciclo, com 750 professores a assegurarem o processo de ensino. Está garantido o fornecimento regular de material didáctico, facto que tranquiliza os professores, alunos e encarregados de educação.
Mas o administrador insiste em pedir aos pais e outros tutores “para não deixarem a responsabilidade da instrução das crianças unicamente aos professores”. A instrução para o futuro dos “nossos filhos é uma tarefa de toda a sociedade, principalmente dos pais”.
As infra-estruturas da administração municipal foram recuperadas com o propósito de dar melhor dignidade às áreas de funcionamento político-administrativo. O governo empregou 13 milhões e 500 mil kwanzas nas obras de restauro, efectuadas por uma construtora local.
A sede da administração, apetrechada com mobiliário diverso, possui um hall, uma secretaria, sete gabinetes, sala para reuniões, parque de estacionamento, anexos e um espaço pronto para albergar os diferentes serviços oficiais.
O município conta, igualmente, com um clube recreativo e cultural, projectado para 150 pessoas, e um campo polivalente. Estas estruturas foram criadas com o objectivo de albergar as iniciativas culturais, desportivas e de lazer dos jovens e permitir a descoberta de novos talentos.

Mais água e saúde

Novos projectos estão a ser executados para aumentar o abastecimento de água potável, abarcando um universo de 10 mil para 30 mil consumidores. Ao abrigo do “Programa Água para Todos”, novas acções estão em curso para a reparação e ampliação do sistema de captação e abastecimento de água.
A sede de Quilengues já possui uma rede de captação e distribuição canalizada de água para mais de nove mil famílias. Com a solução do abastecimento de água em vários pontos da vila, a preocupação das autoridades, agora, é levar água tratada e canalizada às comunas de Bimbi, Empulo e às povoações.
“Este município”, explicou o administrador, “está situado numa zona muito seca e com pouca água à superfície. Por isso, o desempenho das autoridades para trazer a água mais próximo da população e melhorar o seu abastecimento, visa a prevenção das doenças causadas pelo consumo de água de qualidade duvidosa”.
Em algumas comunas e povoações, foram instalados mais de 40 furos de captação e montados 37 sistemas de distribuição. O administrador considera haver ainda muito trabalho a fazer, tendo-se em conta o número de beneficiários a atingir.
O sector da saúde também não deixa de ter os seus problemas. O objectivo das autoridades é estendê-lo a toda a população. O centro municipal de saúde, construído no âmbito do Programa de Reconstrução Nacional, presta assistência médica e medicamentosa a mais de cinco mil pessoas mensalmente, contando com um médico e tendo capacidade para internar 60 pacientes. Trata de doenças como a malária, diarreias agudas, respiratórias, bilharziose, entre outras. A abertura da unidade evita agora a evacuação de muitos pacientes para o hospital central do Lubango.
No total, o sector da saúde em Quilengues conta com 16 postos médicos e 870 funcionários, entre enfermeiros, técnicos de laboratório e administrativos. Para a redução da malária, tida como a doença que mais afecta os munícipes, são regularmente realizadas campanhas de sensibilização e distribuição de mosquiteiros.
O centro de formação profissional Rodolph & Anny erguido na localidade de Camukua, está a formar jovens nas áreas de mecânica, carpintaria, agronomia e construção civil. Durante o processo de formação, os beneficiários contam com uma biblioteca e uma sala de informática.
Tutelado pela Igreja Evangélica Sinodal de Angola e apoiado pelo INEFOP e MAPESS, a escola está a formar jovens provenientes do Namibe, Benguela, Luanda e Huíla. O director do centro, Hervé Goarant, explicou que cada curso, ministrado nas componentes teórica e prática, dura dez meses.
“Aprofundamos as aulas práticas para permitir que os formandos terminem a formação com muitos conhecimentos práticos, factor fundamental para a facilidade e inserção rápida no mercado de emprego”, disse.
O município de Quilengues situa-se 140 quilómetros a norte da cidade do Lubango. Possui uma população estimada em 134.050 habitantes que se dedica, principalmente, à agricultura e criação de gado.

ÀGUA


Conduta da Tundavala tem verbas para restauro
J.A.- 02 de Setembro, 2010

Dois milhões e 400 mil dólares norte-americanos vão ser investidos na recuperação da conduta de água da Tundavala, numa extensão de aproximadamente 11 mil 845 quilómetros, garantiu segunda-feira, na cidade do Lubango, o administrador executivo da empresa de cerveja N’gola, Manuel Victoriano Sumbula.
Em declarações à Angop, a propósito do financiamento do projecto, avançou como contributo da sua instituição um total de milhão e 500 mil dólares, enquanto o governo da província deverá comparticipar com 900 mil, perfazendo o total de dois milhões e 400 mil para a edificação da obra nos próximos quatro meses.
“A conduta da Tundavala está deteriorada há já alguns anos, causando transtornos no abastecimento de água em grande parte da cidade do Lubango, bem como cria constrangimentos no processo de ampliação pretendido para a fábrica, de modo a criar-se mais postos de trabalho”, referiu.
A ampliação da fábrica, reforçou, deverá permitir também o aumento dos impostos para os cofres do Estado, devido à elevação das receitas da empresa a arrecadar com as vendas.
A reparação da conduta de água, disse, “é um projecto social importante, passível de resolver os problemas de abastecimento de água registado na circunscrição, e melhorar substancialmente o fornecimento do precioso líquido a grande parte da cidade do Lubango”.
De acordo com o responsável, para a implementação do projecto foi assinado um memorando de entendimento entre a N’gola, o governo da Huíla, a direcção provincial das Águas e a empreiteira Omatapalo.

CRIANÇAS


Eleitos novos órgãos na Huíla
J.A. -Domingas Mucuta | Lubango - 02 de Setembro, 2010

A extensão e o fortalecimento dos núcleos municipais para a defesa e protecção dos direitos das crianças são os principais desafios dos novos órgãos executivos da Rede Criança na Huíla, eleitos no fim-de-semana, no Lubango, durante a assembleia de renovação de mandatos.
O anúncio do programa para os próximos dois anos foi feito pelo novo elenco executivo da Rede, liderado pelo Sérgio Mateus, coadjuvado por Nazareth Zangui e Adelaide Mango.
O coordenador da Rede Criança na Huíla, Sérgio Mateus, disse que a instituição tem também o desafio de banir as constantes violações dos direitos das crianças na província. Acrescentou que a rede vai sensibilizar a sociedade, sobretudo os pais, tutores e encarregados de educação para evitarem o consumo exagerado de álcool, apontado como um dos principais factores que estão na base da violência doméstica, contra a criança e a fuga à paternidade.
“Temos o grande compromisso de trabalhar nos factores que estão na base da violência contra as crianças. A nossa responsabilidade deve ser redobrada enquanto membros da rede provincial de protecção da criança”, referiu.

Mais vale prevenir que remediar

Jornalistas da região Sul reunidos em seminário
J.A. -Domingos Mucuta e Domingos Calucipa| Lubango - 26 de Agosto, 2010


Os jornalistas angolanos decidiram seguir à letra o ditado popular – "Mais vale prevenir do que remediar" – e, há quatros meses, uniram esforços numa Rede Nacional Contra a Malária e Grandes Endemias.
A Rede Nacional de Jornalistas assume o estatuto de parceiro do Ministério da Saúde, “fortemente empenhada” nas acções tendentes à redução da mortalidade por malária, como a formação dos seus elementos e a sensibilização da população para adopção de medidas preventivas.
A rede promove, de terça-feira até hoje, na cidade do Lubango, o primeiro seminário regional sul dirigido aos jornalistas dos órgãos de comunicação social das províncias da Huíla, Namíbe, Cunene, Huambo, Kwanza-Sul e Kuando-Kubango.
O coordenador da Rede Nacional de Jornalistas, Jaime Molossande, disse que o projecto, “embora tenha surgido na mente e nas almas dos jornalistas”, é abrangente.
"O nosso olhar é para o bem-estar da população", sublinhou.
Jaime Molossande lembrou que, “apesar do trabalho desenvolvimento para o controlo e prevenção das doenças, pelo Ministério da Saúde, a malária continua a ser a primeira causa de morte em Angola”.
Os jornalistas, referiu, aderiram ao projecto com o objectivo de contribuir nesta causa nobre de combate à doença, pelo papel que podem exercer por terem um instrumento poderoso que leva a informação a milhões de pessoas.
“São várias as iniciativas de entidades singulares ou colectivas que se têm juntado aos esforços do Ministério da Saúde na busca de soluções para se pôr termo ao quadro actual”, declarou, frisando:
“Nós, jornalistas, não podemos ficar alheios a este mal que assola o país”.
Jaime Molossande disse acreditar que os jornalistas vão sair do seminário munidos de conhecimentos para ajudar a informar, educar e prevenir a população contra a doença, com enfoque para as mulheres grávidas e crianças.
A Rede Nacional de Jornalistas contra a Malária e Grandes Endemias dividiu o país em três regiões para a extensão combinada de acções de formação. O próximo seminário da região Centro acontece, ainda este ano, e posteriormente o da zona Norte.

Huíla contra a doença


O vice-governador para esfera social da Huíla disse que o governo provincial tem mobilizado “enormes esforços” para aumentar a cobertura sanitária com novas unidades hospitalares em toda a província.
Sérgio Cunha Velho afirmou que a Huíla tem 244 unidades sanitárias estatais, contra 184 até o ano passado.
“Houve também um aumento na formação de quadros, na captação de recursos financeiros e abastecimento regular de medicamentos para o combate a esta doença que continua a ceifar muitas vidas”, referiu. O Seminário Regional da Rede Nacional de Jornalistas Contra a Malária e Grandes Endemias, sublinhou, vai reforçar os trabalhos que o governo da Huíla realiza neste domínio.
O país, recordou, está envolvido na redução da morbi-mortalidade e no impacto socioeconómico da malária, no âmbito da Declaração de Abudja, Nigéria, e dos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio (ODM).
“Este seminário regional vem potenciar o trabalho do Ministério da Saúde e dos seus parceiros. É importante agora a participação activa dos meios de comunicação social para, com spots, debates, entrevistas, reportagens e noticias, conseguirmos reduzir a mortalidade”.
Sérgio Cunha Velho disse que são vários os componentes contra malária que devem merecer a abordagem dos jornalistas e citou, como exemplos, o diagnóstico atempado, o tratamento correcto de casos, a prevenção com redes de mosquiteiros, o combate ao vector no seu estado larval e adulto, vacina à mulher grávida e o saneamento básico. Sérgio da Cunha Velho afirmou que o trabalho de prevenção dos jornalistas vai contribuir para a mudança de comportamento e a consequente adopção de práticas positivas no combate às grandes endemias.
“Os objectivos da actividade garantem que teremos um plano local da comunicação social contra a malária, jornalistas preparados e população informada sobre a doença”, referiu, adiantando que seminário é também uma oportunidade de defender um maior envolvimento da sociedade nas acções do Governo.

Apoio e metas

O Governo dos Estados Unidos aumentou o financiamento para o reforço das acções do Programa Nacional de Luta Contra a Malária de 18 para 32 milhões de dólares anuais.
Os dados foram revelados pelo segundo secretário da Embaixada daquele país em Angola, Jason Smith, quando intervinha no Lubango, na abertura do Seminário Regional Sul da Rede de Jornalistas Contra a Malária e Grandes Endemias. Angola, salientou, é apenas um dos beneficiários do pacote, de 63 mil milhões de dólares, dirigido a 15 país africanos para a luta contra as grandes endemias nos próximos cinco anos.
Jason Smith declarou que os programas dos Estados Unidos, em parceria com o Governo angolano, distribuem mosquiteiros tratados com insecticida, fornecem milhões de doses de medicamentos para crianças e mulheres grávidas e efectuam campanhas de pulverização intra domiciliar.
O secretário da Embaixada norte-americana referiu que a meta é reduzir, até ao fim do ano, em 50 por cento as mortes relacionadas com a malária, através de um maior envolvimento dos meios de informação.
“Pelo acesso a milhões de angolanos, através da rádio, televisão e imprensa, podem ensinar as medidas que cada um deve tomar para prevenir a malária e difundirem o conhecimento científico evolutivo de como diagnosticar e tratar a doença correctamente”, afirmou.
Smith lembrou que é através dos meios de comunicação social que hoje mais mulheres grávidas e crianças vulneráveis dormem já sob o mosquiteiro.
Com a veiculação, em massa, da informação mais pessoas vão sobreviver à doença, disse.

Esforços do Governo


Jason Smith reconhceu os resultados positivos que o Governo angolano tem alcançado na redução das mortes de crianças por malária, com o incremento das medidas de prevenção, construção de mais hospitais de referência, formação de técnicos e aquisição de medicamentos eficazes.
“Louvamos Angola por continuar a reforçar o sistema de saúde para garantir que os medicamentos necessários estejam sempre disponíveis em todo o país”, acentuou.
O secretário da Embaixada norte-americana reconheceu também que em momentos chaves da história, a comunicação social sempre ajudaram a salvar e a prevenir perdas desnecessárias de vidas por flagelos de doenças como o HIV/Sida, a malária, a pandemia da gripe, a pólio.

Aldeia SOS

Torneiras da aldeia SOS entram em funcionamento
J.A.- Domingos Mucuta | Lubango - 26 de Agosto, 2010

As crianças e jovens órfãos e abandonados da aldeia SOS do Lubango, Huíla, vão, a partir de Novembro, consumir água potável, depois da conclusão dos trabalhos de montagem de um sistema de captação, em curso naquele centro de acolhimento.
Os trabalhos de montagem do sistema, iniciados na sexta-feira, estão a cargo dos técnicos da direcção provincial da Energia e Águas.
O director da Aldeia, Faustino Siquila, manifestou a sua satisfação dizendo que “o sistema de captação vai responder a uma das preocupações da aldeia SOS e acabar com a utilização e o consumo de água retirado do riacho, junto ao monte”.
“Queremos expressar o nosso vivo e caloroso agradecimento ao governo da província da Huíla, sobretudo à direcção das Águas, por disponibilizar as máquinas para a abertura da sonda para a nossa comunidade e crianças”, disse.
Faustino Siquila contou que há 13 anos que as crianças e outros membros da aldeia SOS consomem água do riacho, que actualmente deixou de ter propriedades minerais, dada a poluição resultante do aumento de habitantes nas margens. “Ao longo destes anos, aproveitávamos a água deste riacho da montanha. Na época chuvosa o caudal é maior, mas no cacimbo diminui e enfrentamos muitas dificuldades. Além disso, este fontanário natural já não tem qualidade”, referiu.
O responsável espera que outras instituições “abram as mãos”, no sentido de apoiarem as acções de beneficência do internato, tendo em vista a reintegração social dos jovens e crianças em situação de risco. “Da mesma maneira que temos hoje as máquinas a trabalhar para a água jorrar nas torneiras das casas da nossa aldeia, aguardamos também que outras entidades respondam às nossas solicitações, apoiando as crianças e jovens desfavorecidos”, exortou.
A aldeia SOS do Lubango, criada em 1998 com apoio do Fundo Herman Gmerner, tem actualmente 175 crianças e jovens órfãos e abandonados, que beneficiam de formação académica e profissional, em parceria com o Ministério da Assistência e Reinserção Social.

AGRICULTURA

Huíla tem calcário para a agricultura
J.A. - André Amaro| Lubango - 22 de Agosto, 2010

Uma unidade fabril para a produção de calcário dolomítico, destinado à correcção de solos na actividade agrícola, entrou em funcionamento na província da Huíla.
Orçada em dois milhões e 500 mil dólares, a fábrica, situada na comuna do Tchivinguiro, município da Humpata, tem a capacidade de produzir, diariamente, dez toneladas do produto e pertence ao grupo empresarial Calcário da Huíla.
Além da produção do calcário dolomítico para a correcção de solos, a unidade está a produzir cal hidráulica para a construção civil, cal virgem para várias utilidades e carbonato de cálcio destinado ao fabrico de tintas.
O director da empresa Calcários da Huíla, João Teixeira, disse, ontem, ao Jornal de Angola, que o projecto começou a ser executado em 2008, com a realização de trabalhos de limpeza do local, identificação e testagem das rochas, aquisição e montagem dos equipamentos. Informou que estão a aguardar, para o mês de Setembro, a chegada de mais equipamentos que vão permitir aumentar a produção de 10 para 100 toneladas de calcário diariamente.
De acordo com João Teixeira, o calcário dolomítica é muito procurado no mercado nacional, uma vez que os produtores estão a tomar conhecimento que os solos devem ser renovados constantemente para garantir a produção. Explicou que foram solicitados pelos agricultores e governos das províncias de Luanda, Kwanza-Sul, Benguela, México, Lunda-Norte e Lunda-Sul, no sentido de passarem a fornecer o produto.
Referiu que a construção da fábrica foi motivada pela dificuldade que os agricultores enfrentavam na aquisição do calcário para a correcção de solos e consequentemente melhoria da produção agrícola.
A criação desta unidade fabril permitiu a criação de 60 novos postos de trabalho, ocupados maioritariamente por moradores da comuna de Tchivinguiro.

HOQUE

Hoque ganha fôlego com novas estradas
J.A. -Estanislau Costa e Arão Martins| Lubango - 23 de Agosto, 2010

A estrada que dá acesso à localidade foi reabilitada para melhorar a livre circulação

A estrada reconstruída pelo Executivo Angolano, no Hoque, 54 quilómetros a Norte da cidade do Lubango, está a impulsionar o desenvolvimento da comuna e das regiões limítrofes. Os agricultores já não receiam aumentar a produção devido a facilidade de escoamento e estão a reembolsar os produtos recebidos a crédito na fase do início da campanha agrícola.
O verdejar de diversas culturas no vasto campo de cultivo, reanima Maria Camata e Catarina Luepi a retirar os obstáculos que atrapalham o curso normal da água nas valas de irrigação, abertas manualmente nas margens do rio Hoque.

O trabalho é árduo. Começa às primeiras horas da alvorada, com interrupção para o almoço, e reinicia por volta das 15 horas. As plantas de tomate, repolho, cebola, alho, cenoura e pimenta “bebem” água duas vezes ao dia, facto que exige paciência das senhoras.
Maria Camata e Catarina Luepi são duas amigas, herdeiras de um hectare de terra situado próximo do rio Hoque, na comuna com o mesmo nome. O campo de cultivo das senhoras fica a menos de 200 metros do bairro onde habitam, com um agregado composto por 14 pessoas.
A proximidade da “naca” com o bairro faz com que as duas agricultoras estejam, na época do cultivo, permanentemente no campo, para inviabilizar as más intenções de pessoas. “As pessoas que não gostam de lavrar a terra roubam os produtos durante as safras. Por isso, estamos sempre a vigiar”, disseram.
As hortícolas que produzem, além de servir para alimentação familiar, são escoadas para os mercados da sede da província, Lubango, para comercialização. Os resultados satisfatórios da produção e da venda motivam Maria e Catarina a aumentar o cultivo, com a aposta em mais fertilizantes.
As duas senhoras fazem parte de uma das 38 associações de camponeses da comuna do Hoque, que, a cada início da campanha agrícola, recebem sementes, imputes e fertilizantes da direcção da Agricultura, Desenvolvimento Rural e Pescas.
Os bons resultados alcançados pelos camponeses filiados em agremiações está a permitir o reembolso do crédito dos meios agrícolas.
O administrador da comuna do Hoque, Jacinto Sakanye, disse que “os produtores estão a cumprir com os pressupostos, levando quantidades de milho, massango, massambala, feijão e outros produtos do campo”.
A maioria dos produtores, acrescentou, está satisfeita com a reconstrução da estrada Lubango-Cacula, com um percurso de 90 quilómetros, feita por uma construtora brasileira ao abrigo do programa de reconstrução das principais vias, levada a cabo, há quatro anos, pelo Executivo.
Os produtores, ainda de acordo com o administrador, são unânimes em reconhecer que a reconstrução da estrada, passando pela comuna do Hoque, reanimou as várias vertentes da vida do município.
“Antes de termos boas vias, era muito difícil trabalhar a terra, por causa da falta de sementes, imputes, fertilizantes e do escoamento dos produtos”, disse Jacinto Sakanye.
O agricultor Fernando considerou que a comuna começou a se desenvolver com a reparação da estrada, possibilitando a chegada de mais visitantes que vêm procurar produtos do campo, terrenos para o cultivo, entre outros. “Também já é fácil a gente da comuna viajar para o Lubango, Benguela, e Huambo com os novos autocarros”, disse.
A comuna regista actualmente um crescimento socioeconómico acentuado, com a execução de diversos programas desenvolvidos pelo governo provincial.
Um dos exemplos apresentados pelo administrador da comuna, Jacinto Sakanie, é a execução do programa “Água para Todos”, que permitiu levar a água para as populações e gado para zonas mais recônditas, com realce para povoações, quimbos e outros sítios.

Hoque está a crescer


Os sectores do Toco, Mucuio, Tchei-Tchei e Tchikala possuem agora sistemas de captação e distribuição de água potável situados mais próximo da população. Nestas zonas, a população contemplada “é sensibilizada e mobilizada a utilizar a água para o consumo e a preservar as infra-estruturas construídas para o efeito”.
O administrador comunal, que sublinhou haver ainda localidades com deficiência no abastecimento de água, garantiu que estão em curso acções que visam criar novos sistemas para os bairros Simione Mukune, 1º de Maio, Hoji-ya-Henda, entre outras, no centro da vila.
A iluminação pública e nas residências é assegurada por três geradores potentes. Foram executadas obras que incidiram na ampliação da residência oficial, palácio e outras infra-estruturas político-administrativas.
A comuna possui 38 escolas do I e II ciclo, das quais uma construída recentemente, que albergam 14.600 alunos, concentrados nos sectores da Tchengue, Mucuio, Toco, Tchakala e outros. “O nosso empenho é enquadrar o maior número de crianças no sistema de ensino e aprendizagem”, disse Jacinto Sakanye.
A construção de mais estabelecimentos de ensino na comuna, afirmou, visa evitar que as crianças percorram longas distâncias, facto que tem repercussão no aproveitamento escolar. “Já tivemos crianças que percorriam 20 a 40 quilómetros para atingir as escolas. Hoje, o quadro é outro. As escolas estão perto”, disse.
Asseguram as aulas 248 professores, mas para reduzir a cifra de três mil crianças fora do ensino, a comuna vai contar com outros 120 docentes, admitidos recentemente por concurso público, realizado na província da Huíla.

Sector da Saúde

A comuna do Hoque possui um serviço de saúde capaz de atender os casos menos delicados, com destaque para a malária, diarreias agudas e doenças respiratórias. No primeiro semestre, pelo menos 10 mil pacientes receberam assistência médica e medicamentosa.
O sector da Saúde conta com oito centros de saúde construídos de raiz, no âmbito do Programa de Investimentos Públicos.
Os centros possuem consultórios, farmácias e salas de pré-parto, parto e pós-parto.
Os técnicos de Saúde Pública e Controlo de Endemias, bem como os activistas de diversas organizações, desenvolvem, com frequência, campanhas de sensibilização sobre a prevenção da malária, de desinfestação e de distribuição de mosquiteiros impregnados, bem como outras acções para conter a doença.
A quantidade de mosquiteiros distribuídos, nos últimos três meses, ronda os 25 mil, onde a prioridade foi para as famílias que vivem em zonas propensas ao contágio da malária. Um técnico da Saúde Pública explicou que “às famílias são ensinados os métodos de uso do mosquiteiro, eliminação das águas estagnadas e outros procedimentos”.

Programa de expansão

O projecto de expansão e de novas áreas urbanizadas aguarda por financiamentos para a sua execução. A área disponível para o efeito é de 450 mil metros quadrados e vai comportar 400 talhões para a construção de casas, arruamentos, valas de drenagem e iluminação pública.
A nova área a ser urbanizada vai ter também espaços para a construção de escolas, centros médicos, campos desportivos, unidades hoteleiras e espaços turísticos. “A ideia da expansão da comuna visa responder às várias solicitações de entidades singulares e colectivas”, disse o administrador.

HABITAÇÃO

"Casa Fácil" no Lubango
J.A. - Domingos Mucuta| Lubango - 25 de Agosto, 2010

A edificação de 135 mil casas previstas para a província da Huíla, no âmbito do Programa de um milhão de casas até 2012, ganhou mais uma aliada com o estabelecimento da construtora "Casa Fácil", na cidade do Lubango.
A imobiliária apresentou os seus produtos na “Expo Huíla”, que decorreu até ao passado dia 22, no Lubango, no âmbito das festas de Nossa Senhora do Monte. O responsável da área técnica da empresa, Timóteo de Sousa, explicou, na maior bolsa de negócios do Sul de Angola, que as estruturas das casas são feitas de alvenaria com adobe, bloco e tijolos.
Timóteo de Sousa explicou que a “Casa Fácil” dispõe de recursos tecnológicos e humanos para construir habitações de todos os tipos. As casas simples são erguidas em 90 dias e os custos variam entre 24 e 100 mil dólares.
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Além da "Casa Fácil", outras empresas de construção civil têm investido em novas tecnologias para responderem às exigências dos clientes.
Em Fevereiro, o Lubango assistiu ao lançamento da primeira fábrica de painéis e placas que vão permitir a construção de fogos habitacionais nas reservas fundiárias preparadas na Huíla, pela empresa Cassaforma Angola.
O director geral da empresa, Francisco Pedro, revelou que a fábrica tem capacidade para produzir diariamente materiais de construção para 18 casas através da aplicação da tecnologia M2. Garantiu que com a nova tecnologia, a Cassaforma pode erguer edifícios até 20 andares.
O director do projecto "Casa Fácil" na Huíla, Batispta Lukongola Tchiloia, afirmou, no Lubango, que a meta do Executuvo de construir um milhão de fogos habitacionais até 2012 pode ser atingida.
O empresário afirmou que o programa habitacional do Executivo deve ser visto como um todo, e deve "haver maior abertura e acutilância de todos os sectores, públicos e privados, que determinam a edificação de qualquer projecto de urbanização e habitação".
Batista tem uma certeza: "é possível atingir meta de um milhão de fogos habitacionais até 2012. Para isso deve haver maior agilidade dos ministérios de tutela para o loteamento de terrenos e licenciamento das empresas, porque existem empreiteiras nacionais e estrangeiras com capacidade para executar obras em prazos muito curtos", afirmou... Tchiloia considerou que o preço máximo de 60 mil dólares imposto pelo Executivo para a habitação social "está muito abaixo do custo de uma casa".
O empresário argumentou que o valor "representa menos da metade dos preços praticados actualmente no mercado para as casas destinadas a famílias de baixos e médios rendimentos".
A Expo Huila contou com a participação de 200 empresas nacionais e estrangeiras. Países como Portugal, Itália, Namíbia e Uganda marcaram presença na exposição.

Preservação

Habitantes aconselhados a preservarem bens públicos
J.A. - 21 de Agosto, 2010

Os munícipes da cidade do Lubango, capital da província da Huíla, foram exortados a pautarem por condutas dignas, de forma a preservar os bens construídos pelo Estado e cultivar os valores morais e cívicos.
A exortação foi feita pelo vigário da Arquidiocese do Lubango, Geraldo Namolo, na homilia em alusão à tradicional missa da Senhora do Monte, padroeira da cidade do Lubango, que contou com a participação de milhares de populares.
A missa foi antecedida por uma procissão por várias artérias da urbe, com cânticos religiosos, súplicas a Deus, transportação da imagem da padroeira e romagem ao monte onde está a capela de Nossa Senhora do Monte.
Geraldo Namolo disse que a humanidade, fidelidade, solidariedade e caridade que caracterizam a padroeira do Lubango deve servir de modelo a seguir para os seus habitantes viverem em harmonia.
Para o sacerdote é necessário que os crentes se juntem aos esforços das autoridades governamentais no combate à violência, na preservação dos valores espirituais e cívicos e educação moral e cívica.
A ocasião foi aproveitada pelos crentes para agradecer a bênção de Deus, fazer promessas e sacrifícios, súplicas e buscar soluções para problemas, como a falta de saúde, emprego e outros.
A cerimónia decorreu domingo na esplanada da capelinha da Nossa Senhora do Monte e contou com a presença de entidades governamentais, políticas e crentes de outras denominações religiosas.
Na cidade do Lubango, refira-se, estão a ser erguidas várias infra-estruturas de impacto social, no âmbito do programa do Governo de aumento e melhoria da oferta de bens e serviços sociais básicos à população. Destaque para a construção de hospitais, escolas e sistemas de distribuição de água e de energia eléctrica.

DEFICIENTES

Lubango tem Cyber Café para os deficientes físicos
J.A.- Domingos Mucuta| Lubango - 19 de Agosto, 2010


Governo e ONG desenvolvem vários projectos para apoiar os deficientes físicos

As pessoas portadoras de deficiência podem agora aceder gratuitamente à Internet, graças à iniciativa do Centro de Referência para Pessoas com Deficiências que, na segunda-feira passada, inaugurou no Lubango o "Cyber Café Elavoco".
Instalado junto à direcção provincial da Assistência e Reinserção Social, o Cyber Café conta com o apoio da Organização Não-Governamental Handicap Internacional, que disponibilizou os modems das operadoras nacionais Unitel e Movicel, conectados a 11 computadores.
O director do Centro da Huíla, Didier Sulisa, explicou durante a abertura que o Elavoco faz parte de uma estratégia destinada a facilitar o acesso dos cidadãos desfavorecidos às novas Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC).
O projecto, segundo explicou, além de facilitar a utilização da Internet, “vai diversificar as fontes de receitas para a sustentabilidade do Centro e promover a reintegração socioeconómica dos deficientes”.
“Queremos que pessoas com deficiência tenham oportunidade de utilizar a Internet e de se informar sobre os acontecimentos políticos, sociais e económicos do país. Os estudantes podem também investigar os conteúdos científicos, porque está aberto aos interessados”, declarou.

Gestão de pequenos negócios


Para garantir uma boa gestão do Cyber Café, os membros do Centro de Referência de Pessoas Portadoras de Deficiência Elavoko receberam uma formação sobre noções básicas de gestão de pequenos negócios, dada pelos técnicos da Handicap Internacional.
A formação abrangeu 38 pessoas com deficiência, entre beneficiários dos projectos de moto-taxistas, estampagem e corte e costura, que aprenderam as bases elementares da “gestão de pequenos fundos”, “cálculo de preços”, “poupança e aplicação dos rendimentos”.
O técnico da Handicap Internacional, Paulino Gomes, garantiu que as pessoas com deficiência estão preparadas para criar iniciativas geradoras de rendimento e administrar os fundos. “O curso surgiu em resposta à necessidade manifestada pelos próprios beneficiários, para que possam controlar melhor as suas receitas”, sublinhou.
O Centro de Referência de Pessoas com Deficiência (Elavoko) foi criado em 2006, pelo Ministério da Assistência e Reinserção Social, com objectivo de desenvolver acções em benefício do grupo.

Crianças desfavorecidas

Centro Epongoloco acolhe crianças
J.A. -Domingos Mucuta| Lubango - 14 de Agosto, 2010

O Centro Regional Epongoloco, construído na comuna da Arimba para acolher mais de 400 crianças e adolescentes desfavorecidos das províncias do Cunene, Namíbe, Kuando-Kubango e Huíla, abre as portas no próximo mês de Novembro.
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Entre as 18 sugestões apresentadas, o júri de avaliação escolheu Epongoloco, nome apresentado por Jessica Gomes Pambe, e a instituição vai ser inaugurada durante a festa da independência. Rosa Gonçalves explicou que se trata de um nome originário das línguas nhaneca-humbe, umbundo e kuanhama, e considerou tratar-se de uma “denominação ajustada aos propósitos do centro, na medida em que reporta a mudança comportamental, social, cultural, cívica e moral do indivíduo na sociedade”, frisou.
O lar vai contribuir para a mudança da vida dos menores carentes, tendo em vista atingir o objectivo do combate à delinquência juvenil.
Do seu ponto de vista, é importante que a sociedade, as crianças e os adolescentes mudem de atitude, aproveitando ao máximo a oportunidade proporcionada pela política do governo, relativamente à reintegração social dos mais carenciados.

Abrigo dá formação


Rosa Gonçalves explicou que, dentro de três meses, além da componente educacional até ao ensino médio, o centro regional, orçado em 28 milhões de dólares, vai privilegiar a formação técnicoprofissional.
As crianças e adolescentes em situação de risco, em regime interno e externo, vão ter cursos de carpintaria, informática, administração e comércio, electricidade, pastelaria, entre outros
As empreiteiras estão a realizar trabalhos de acabamento no edifício de dois pisos, divididos em seis blocos diferentes, com zona administrativa, biblioteca e sala de estudo.
A instituição vai ter salas de artes e ofícios, dormitórios, refeitório, ginásio e armazéns. Vai ainda dispor de uma central de emergência e de um posto de transformação, para garantir o abastecimento de energia eléctrica.
Erguido numa área de 13.805 metros quadrados, o Epongoloco é a concretização do programa de construção de seis centros regionais, aprovado pelo Conselho de Ministros, a 30 de Abril de 2008.

AMBIENTE

Exploração de inertes preocupa ambientalistas
J.A. - André Amaro | Lubango - 14 de Agosto, 2010

Garimpeiros exploram inertes para vender à empresas de construção civil

O responsável do departamento do Ambiente da direcção provincial da Agricultura da Huíla, Silvano Levi, disse, ontem, estar preocupado com a exploração de inertes nos arredores da serra do Cristo Rei, no Lubango, feita por garimpeiros tradicionais.
Em seu entender, esta situação está a ter um impacto negativo no ambiente, devido aos enormes buracos para extracção de pedra no cimo da serra, que podem ter graves consequências no futuro, ao provocarem ravinas, desequilíbrio climático, contaminação da água usada para consumo e erosão, entre outras.
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O ambientalista explicou que uma das captações de água da cidade do Lubango está na serra do Cristo Rei e por isso é necessário que as aberturas realizadas no local não afectem os lençóis freáticos nem causem a sua contaminação.
Ao longo do rio Caculuvale e zonas adjacentes estão a ser retiradas areias destinadas à construção civil sem a devida precaução, salientou, defendendo a educação ambiental nas escolas, igrejas, mercados informais e outros locais.
A directora provincial da Indústria, Geologias e Minas, Paula Joaquim, esclareceu que algumas medidas sugeridas por especialistas foram acatadas e dentro em breve vão ser aplicadas.
Adiantou ainda que o primeiro passo a dar consiste na identificação de locais apropriados para extracção da pedra e no reforço da fiscalização desta actividade.

SANEAMENTO BÁSICO

Mulheres convidadas a reforçar acções de saneamento básico
J.A. - 13 de Agosto, 2010

Saneamento básico das ruas continua a ser preocupação das administrações

A chefe do departamento provincial de Saúde Pública e Controlo de Endemias, Judite Rocheta, manifestou na quarta-feira, no Lubango, a necessidade das mulheres participarem mais nas actividades que visam a melhoria do saneamento básico nas comunidades onde estão inseridas.
No final de uma palestra sobre a “Importância da participação da mulher no saneamento básico”, a responsável disse à Angop que o lixo constitui um grande problema para a sociedade, razão pela qual as mulheres devem ajudar o governo a manter a higiene e garantir a saúde da comunidade.
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“A saúde depende muito da limpeza do meio e da responsabilidade no tratamento dos resíduos sólidos e protecção do ambiente”, frisou Judite Rocheta.
Pediu ainda à população para colocar o lixo em lugares apropriados e assim facilitar a recolha dos resíduos pelos serviços municipais.
O evento contou com a participação de autoridades administrativas, tradicionais, ONG e religiosos.