quarta-feira, 25 de maio de 2011

Universitários da Huíla e de Luanda falam em programa de desenvolvimento



J.A.- Arão Martins | Lubango - Hoje
Fotografia: Arão Martins

Estudantes universitários da Huíla foram, na sexta-feira, exortados a procurarem a excelência para contribuírem, com sabedoria, nos programas que pretendem desenvolver o país.
A exortação foi feita por Belarmino Van-Dúnem, professor universitário, quando dissertava sobre “causas e consequências das actuais crises sociais e políticas no Norte de África”, na palestra realizada no Instituto Superior Politécnico Independente (ISPI) do Lubango, que juntou estudantes e docentes das províncias da Huíla e de Luanda.
O orador lembrou que o Executivo está a desenvolver acções, com o objectivo de criar o bem-estar das populações, construindo estradas, escolas, hospitais, infra-estruturas de apoio à agricultura e sistemas de distribuição de água e de energia eléctrica. Os estudantes, disse, têm que fazer a sua parte, procurando a excelência com dedicação e motivação para no futuro saberem ser e saberem fazer.
Muitos jovens estudantes, por causa das dificuldades em obter uma casa, declarou, ficam frustrados e deixam de estudar, o que não é bom para o país e para eles próprios. Belarmino Van-Dúnem disse ser preciso não desanimar, pois o importante é persistir nos estudos, já que o Executivo criou o programa “Angola Jovem” para proporcionar o acesso a uma casa.
Milhares de quilómetros de estradas, afirmou, estão reabilitados e asfaltados, o que facilita a união das famílias
O Executivo está a reabilitar os caminhos-de-ferro de Benguela, de Luanda e de Moçamedes e muitos troços já estão operacionais, referiu, acentuando:
“Tudo isso, para funcionar precisa de quadros capacitados e se o jovem deixar de estudar não pode assegurar o funcionamento desse importante sector económico”.


O Governo, insistiu, também construiu e reabilitou várias infra-estruturas escolares e hospitalares, que precisam, igualmente, de mão-de-obra qualificada.
O Executivo, concluiu, está a apetrechar escolas e hospitais com equipamentos de alta tecnologia, que requerem mão-de-obra qualificada que exige recrutamento de quadros qualificados.

Chegou a hora de Angola também mudar

QUA, 23 DE FEVEREIRO DE 2011 00:31
Está convocada, ou pelo menos idealizada, uma manifestação em Angola para o dia 7 de Março. A ideia é mostrar ao dono do país, José Eduardo dos Santos, que mesmo de barriga vazia os angolanos continuam a ter cabeça, continuam a saber pensar.
É claro que não há comparação entre o que se perde por fracassar e o que se perde por não tentar. Assim, os angolanos reais vão tentar mostrar ao mundo que é altura de substituir um presidente que está no cargo há 31 anos sem ter sido eleito, que é altura de o regime olhar para os milhões que têm pouco ou nada e não apenas - como acontece desde 11 de Novembro de 1975 – para os poucos que têm milhões.
Se a manifestação se realizar, é mais do que certo que haverá mortes. O regime continua, como sempre tem feito, a usar a razão da força contra a força da razão. Não deixa, contudo, de ser certo que mais dia menos dia o país vai mudar.
Por razões conhecidas, Luanda tem trocado impressões com Lisboa sobre a situação, procurando apalpar terreno sobre o que eventualmente pensará a União Europeia a propósito da estratégia do regime angolano para controlar, evitar, impedir qualquer manifestação que vise pôr em causa a continuação da sua ditadura.
Portugal, tanto quanto é possível saber, vai continuar de cócoras perante o regime de Luanda, se bem que – como acontece em relação a todos os ditadores que foram derrubados – esteja pronto para passar José Eduardo dos Santos de bestial a besta.
Recorde-se, por exemplo, que em Março de 2009, no Palácio de Belém, só dois jornalistas de cada país tiveram direito a colocar perguntas a Cavaco Silva e a Eduardo dos Santos.
Um deles, certamente no cumprimento da sua profissão mas, é claro, à revelia das regras dos donos dos jornalistas e dos donos dos donos dos jornalistas, questionou Cavaco Silva sobre esse eufemismo a que se chama democracia em Angola, e perguntou a Eduardo dos Santos quando haveria eleições presidenciais no seu país.
Cavaco Silva limitou-se a... não responder e Eduardo dos Santos disse que não sentia falta de legitimidade, acrescentando que um dia haveria eleições presidenciais em Angola.
Quando, no dia 3 de Setembro de 2008, o mesmo Cavaco Silva falava na Polónia a propósito das eleições em Angola, disse o óbvio (uma das suas espeicalidades): “Desejo que as eleiçõess ocorram com toda a paz, sem qualquer perturbação, justas e livres como costumam dizer as Nações Unidas nos processos eleitorais".
Nessa altura, como sempre, Cavaco Silva nada disse sobre o facto de quatro órgãos de comunicação social portuguesa - SIC, Expresso, Público e Visão – terem sido impedidos de entrar em Angola para cobrir as eleições que foram tudo menos justas e livres.
Afrinal, hoje, Cavaco Silva, embora mais comedido, continua a pensar da mesma forma que José Sócrates, para quem Angola nunca esteve tão bem, mesmo tendo 68% dos angolanos na miséria.
De facto, como há já alguns anos dizia o Rafael Marques, os portugueses só estão mal informados porque querem, ou porque têm interesses eventualmente legítimos mas pouco ortodoxos e muito menos humanitários.
Custa a crer, mas é verdade que os políticos, os empresários e os (supostos) jornalistas portugueses (há, é claro, excepções) fazem um esforço tremendo (se calhar bem remunerado) para procurar legitimar o que se passa de mais errado com as autoridades angolanas, as tais que estão no poder desde 1975.
Alguém, pergunto eu, ouviu Cavaco Silva recordar que 68% da população angolana é afectada pela pobreza, que a taxa de mortalidade infantil é a terceira mais alta do mundo, com 250 mortes por cada 1.000 crianças? Não, ninguém pergunta até porque ele não responde.
Alguém o ouviu recordar que apenas 38% da população tem acesso a água potável e somente 44% dispõe de saneamento básico?
Alguém o ouviu recordar que apenas um quarto da população angolana tem acesso a serviços de saúde, que, na maior parte dos casos, são de fraca qualidade?
Alguém o ouviu recordar que 12% dos hospitais, 11% dos centros de saúde e 85% dos postos de saúde existentes no país apresentam problemas ao nível das instalações, da falta de pessoal e de carência de medicamentos?
Alguém o ouviu recordar que a taxa de analfabetos é bastante elevada, especialmente entre as mulheres, uma situação é agravada pelo grande número de crianças e jovens que todos os anos ficam fora do sistema de ensino?
Alguém alguma vez o ouvirá dizer que 45% das crianças angolanas sofrerem de má nutrição crónica, sendo que uma em cada quatro (25%) morre antes de atingir os cinco anos?
Alguém alguma vez o ouvirá dizer que a dependência sócio-económica a favores, privilégios e bens, ou seja, o cabritismo, é o método utilizado pelo MPLA para amordaçar os angolanos?
Alguém alguma vez o ouvirá dizer que 80% do Produto Interno Bruto angolano é produzido por estrangeiros; que mais de 90% da riqueza nacional privada é subtraída do erário público e está concentrada em menos de 0,5% de uma população; que 70% das exportações angolanas de petróleo tem origem na sua colónia de Cabinda?
Alguém alguma vez o ouvirá dizer que o acesso à boa educação, aos condomínios, ao capital accionista dos bancos e das seguradoras, aos grandes negócios, às licitações dos blocos petrolíferos, está limitado a um grupo muito restrito de famílias ligadas ao regime no poder?
Não. O silêncio (ou cobardia) são de ouro para todos aqueles que existem para se servir e não para servir.
E estas são apenas algumas das razões que justificam a necessidade de o Povo sair à rua. É claro que, como é hábito, os militares também vão sair à rua. O Povo estará armado com a força da razão. Já os militares usarão a razão da força, matando primeiro e perguntando depois.
Orlando Castro
A força da razão acima da razão da força
http://www.altohama.blogspot.com

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Potencialidades agro-pecuárias atraem quadros para a província

André Amaro | Lubango - 08 de Novembro, 2010
Fotografia: André Amaro

Grupo de estudantes que quer realizar trabalhos científicos na província da Huíla

Um grupo de finalistas da Faculdade de Ciências Agrárias da província do Huambo manifestou, na semana passada, interesse em contribuir para o desenvolvimento das potencialidades agro-pecuárias da Huíla, através de trabalhos de investigação científica.
Os universitários exteriorizaram este desejo quando eram recebidos pelo governador da província da Huíla, Isaac Maria dos Anjos, num encontro em que, além dos 27 estudantes, participou igualmente o vice-decano para a área cientifica da Universidade José Eduardo dos Santos, Ambrósio de Almeida, e quatro docentes.
O grupo, chefiado pelo vice-decano, visitou os principais projectos agro-pecuários da Huíla.
Nelson Andangue, um dos membros da caravana disse que o objectivo da visita às terras da Chela foi o de constatar os projectos agrários em curso, conciliar os conhecimentos teóricos à prática, ganhar novas experiências e estabelecer parcerias.
O estudante afirmou que a Huíla possui um potencial agro-pecuária que, bem explorado, pode contribuir para a resolução dos problemas da fome e da pobreza, mas a falta de quadros capazes dificulta o seu desenvolvimento.
Por essa razão, dizia, os estudantes finalistas da Faculdade de Ciências Agrárias estão disponíveis para trabalhar para o engrandecimento do sector agrícola, que é fundamental para o desenvolvimento sustentável do país”.
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“O governador apresentou os projectos agrários existentes na província, abriu-nos as portas para futuras parcerias de estágio dos estudantes e transmitiu as suas experiências durante o tempo em que foi estudante da mesma faculdade”, frisou o académico.
A equipa chefiada por Ambrósio de Almeida visitou, entre outros locais, o perímetro irrigado da Matala, a fábrica de polpa de tomate, o complexo agro-industrial da Caixa de Segurança Social das FAA, denominado “Nossa Terra”.
Para além da Huíla, os finalistas da faculdade de Ciências Agrárias, que estão desde Julho a cumprir um programa de visitas a projectos agrários, estiveram nas províncias de Malange e Kuanza-Sul. Brevemente partem para o Namibe.

Instituto Médio forma técnicos

Arão Martins| Humpata - 05 de Novembro, 2010
Fotografia: Arão Martins

Mais de 100 estudantes terminam este ano cursos de construção civil e electricidade

Os primeiros cem técnicos, de obras construção civil e instalação eléctrica, formados no Instituto Médio Politécnico da Humpata, Huíla, terminam os cursos em Dezembro, disse, na quarta-feira, ao Jornal de Angola, o subdirector pedagógico da instituição.
José Kativa afirmou que este ano lectivo foram matriculados 809 alunos, dos quais 127 finalistas dos cursos de obras de construção civil, energia e instalação eléctrica.
“Apesar do ano lectivo não ter terminado, consideramos que o aproveitamento dos finalistas é positivo, o que vai permitir lançar no mercado de emprego os cem primeiros quadros formados pelo Instituto”.
As provas finais começam no dia 15 e em 29 são feitos os exames de aptidão profissional, que vão permitir a saída dos técnicos, que vão terminar a 12ª Classe.
O Instituto Médio Politécnico da Humpata dispõe, desde o início do ano, do curso de Informática.

Feira da Ciência


Os conhecimentos teóricos e práticos dos alunos do Instituto Médio Politécnico da Humpata foram revelados, no fim-de-semana, na 2ª Feira da Ciência promovida pela instituição. A feira congregou 800 alunos organizados em grupos, que apresentaram projectos de química, física, construção civil e energia, que reflectem as técnicas aprendidas durante a formação.
As velocidades das reacções, destilação do vinho, electrólitos, cabine de som, formação de pilha, circuito misto e rádio foram apresentadas por alunos da 10ª, 11ª e 12º classe.
Pedro João, finalista do curso de Química, disse, ao Jornal de Angola, que a realização da feira foi importante, por permitirem aos estudantes mostrarem em público o que aprenderam.

Investimento na Educação está a dar frutos

André Amaro | Lubango - 03 de Novembro, 2010
Fotografia: André Amaro|Huíla

O número de alunos inseridos no sistema normal de ensino não pára de crescer


O sector da Educação na Huíla registou progressos consideráveis em vários aspectos, fruto dos investimentos que as autoridades locais estão a levar a cabo nos últimos quatro anos, com vista a melhorar a qualidade do ensino e da aprendizagem.
Entre 2006 e 2010, governo provincial da Huíla canalizou mais de 16 milhões de dólares para a construção, reabilitação, ampliação e apetrechamento de estabelecimentos de ensino nos 14 municípios. Deste modo, o número de crianças fora do sistema normal de ensino passou de 53 mil, em 2006, para 33 mil, em 2010, representado uma percentagem na ordem dos 27,7 por cento.
Segundo o governador da Huíla, estão actualmente matriculados no sistema de ensino 682.270 alunos, quando em 2006 eram 521 mil, e o número de salas de aula passou de 857 para 1.161.

Isaac dos Anjos, que revelou estes dados na semana passada, durante o encontro de cortesia que manteve com o enviado do Papa Bento XVI, o cardial Frank Rodé, disse que, nos últimos quatro anos, foram investidos no sector 16.995.000 dólares.
Considerando ter havido um progresso significativo devido ao aumento e apetrechamento das salas de aula e à inserção de mais professores, adiantou que a província conta com 1.693 escolas estatais do ensino geral, 1.628 do ensino primário, 55 do secundário e 22 instituições privadas, além de algumas mistas comparticipadas pelo Estado. Existem ainda cinco institutos médios, igual número de estabelecimentos do ensino superior e três escolas de formação técnica profissional.
Em 2006, a Huíla possuía apenas 857 salas de aula para albergar 521 mil alunos, tendo actualmente 5.161 salas de aula e 682.270 alunos. As aulas são asseguradas por 17.835 professores, dos quais 15.779 no ensino primário e 2.012 no secundário, havendo ainda 1.117 funcionários administrativos.
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Perspectivas

No âmbito do Programa de Investimentos Públicos (PIP), está em curso a construção de mais quatro escolas de seis salas, duas de 12 e uma de 20, o que perfaz um total de 68 salas de aulas. Com conclusão prevista ainda para este ano, a entrada em funcionamento destas novas escolas vai possibilitar a inserção no sistema de ensino de mais 7.040 alunos dos diversos níveis.
Isaac dos Anjos disse ainda que, no quadro do Programa de Intervenção Municipal (PIM), os administradores municipais estão a canalizar 30 por cento dos orçamentos dos seus municípios para o sector da Educação.
“Segundo as nossas projecções, temos de construir mais 3.367 salas de aula até 2013, com vista a alcançarmos 908.100 alunos inseridos no sistema de ensino”, disse o governador. Para 2011, o executivo da Huíla tem agendado para o PIP uma quantia de 494.020.484 kwanzas para a construção de mais escolas.

Alfabetização

Em relação ao processo de alfabetização na província, Isaac dos Anjos disse que estão em curso algumas acções destinadas a reduzir o número de pessoas iletradas.
Nos 14 municípios que compõem a província, instituições escolares públicas, empresas, associações, cooperativas de camponeses, igrejas, ONG, e outros organismos estão a desenvolver projectos de alfabetização.
O número de pessoas a frequentar as salas de alfabetização na Huíla tem vindo a crescer consideravelmente, embora ainda existam muitas pessoas iletradas.
Dados da direcção provincial da Educação revelam que actualmente 30 mil pessoas, entre adultos e adolescentes, frequentam da segunda à sétima classe o subsistema de ensino de alfabetização em toda a província.
Desde 2007, quando teve início o Programa de Alfabetização, até ao momento, já foram alfabetizadas mais de 75 mil pessoas, na sua maioria camponeses e vendedoras dos mercados informais. Este programa é assegurado por 450 alfabetizadores, distribuídos pelos municípios, que constantemente têm recebido acções de formação para actualizarem as técnicas de ensino.

Mercado da Humpata recebe vendedores em Dezembro

Arão Martins| Humpata - 03 de Novembro, 2010
Fotografia: Jornal de Angola

O novo mercado da Humpata tem capacidade para albergar mais de 500 vendedores

Os vendedores do mercado paralelo da Tamana, no município da Humpata, província da Huíla, vão comercializar os seus produtos em melhores condições de higiene e de comodidade a partir de Dezembro, quando forem transferidos para o novo mercado municipal que tem as obras em fase de conclusão.
Com capacidade para albergar cerca de 500 vendedores, o novo mercado possui 50 compartimentos de bancadas, um balneário, um parque de estacionamento para 300 viaturas, 16 currais, 12 lojas de comércio misto e armazéns diversos.
As obras de construção do novo mercado municipal, inseridas no programa do Governo de combate à pobreza, tiveram início em Novembro do ano passado.
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As obras custaram 70 milhões de kwanzas, o que proporcionou 50 empregos directos aos jovens do município da Humpata,...
A administradora municipal, Maria do Céu, disse que além de acomodar os vendedores, a construção do mercado municipal vai permitir melhorar o controlo das taxas a favor do Estado. Assim que os trabalhos terminem, vai começar o processo de registo dos vendedores a serem transferidos do mercado paralelo de “Tamana” para o novo estabelecimento comercial, que será entregue a 11 de Novembro, explicou Maria do Céu