segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Falta de àgua

Lubango está há dez dias sem fornecimento de água
J.A. - André Amaro | Lubango - 21 de Setembro, 2010

População recorre aos camiões cisterna para poder ter água para o consumo

Os habitantes da cidade do Lubango estão há mais de dez dias sem água potável devido a uma rotura, de grandes proporções, na conduta principal.
A situação causa enormes constrangimentos às populações, obrigadas a recorrer a camiões cisternas da direcção provincial das Águas e de empresários.
O director provincial das Águas disse que a avaria registada é difícil de reparar porque a conduta principal está em estado avançado de degradação “causado pela caducidade do material”.
“A conduta foi construída há mais de 60 anos com material de fibrocimento, que se apresenta saturado para responder à pressão de água proveniente da captação da Tundavala”, afirmou Abel Costa.
Além disso, frisou, o sistema de abastecimento foi construído para atender 30 mil consumidores e a cidade do Lubango tem 1,2 milhões de habitantes.
A solução definitiva do problema, referiu, passa por um trabalho de fundo, consubstanciado na substituição, ampliação e modernização do antigo sistema, cujo financiamento transcende a competência do governo provincial. “Há dez anos, elaboramos um Plano Director do sector das Águas orçado em 245 milhões de dólares, que remetemos ao Ministério de tutela para apreciação, mas não tivemos resposta”, assegurou.
Enquanto aguardávamos pelo financiamento, disse, executámos, com o apoio de Organizações Não-Governamentais, furos, com instalações de bombas manuais nos bairros periféricos da cidade.

População Preocupada

Madalena José, moradora do bairro Comercial afirmou, ao Jornal de Angola, que, desde o dia 10, deixou de ter água nas torneiras e que se abastece em camiões cisternas.
“O camião cisterna passa de dois em dois dias para fornecer água aos moradores da minha rua, mas a quantidade que traz é insuficiente para toda a gente”, lamentou.
Por isso, está a construir um tanque reservatório no quintal para se precaver de futuras situações do género. Roubem António, morador no bairro Hélder Neto, desloca-se diariamente à Senhora do Monte para se abastecer de água.
Devido à crise, declarou, para os banhos, lavagem de roupa e limpezas usa água da cachimba e a que vai buscar à Senhora do Monte na confecção dos alimentos e para beber.

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